ENCARTE DO Informe PETROBRAS VIDA no 6


O Informe Vida publicou em junho uma pesquisa da Aepet, que apontava naquele momento: 55% apoiavam um novo plano de previdência complementar e 18% eram contra. A Aepet reagiu. A Petros respondeu. A pesquisa foi publicada por uma razão simples: mal se falava em migração na época e a curiosidade de haver Participantes a favor dela mostrava que o plano atual, que já foi bom um dia, deixou de ser. Neste encarte, o Informe Vida publica as duas cartas. Por outra razão igualmente simples: o Participante deve saber de tudo o que se refere à migração. E fazer seu julgamento.
A CARTA DA AEPET

Rio de Janeiro, 21 de junho de 2001.

Ao
Presidente da Fundação PETROBRÁS de Seguridade Social
Dr. Carlos Henrique Flory

Ref.: Informe no1 do Plano Petrobrás Vida – editado pela Assessoria de comunicação da PETROS

A diretoria da AEPET – Associação dos Engenheiros da Petrobrás foi surpreendida, no último dia 7 de junho, pela divulgação no “INFORME No 1 DO PLANO PETROBRÁS VIDA”, material editado sob a exclusiva responsabilidade desta entidade de Previdência Complementar, e, posteriormente, no portal da Internet, de informe publicitário/matéria com a manchete: “PESQUISA AEPET: 55% APROVAM O NOVO PLANO”, na seqüência a matéria informava que em pesquisa realizada pela AEPET quanto à aceitação do novo plano de previdência complementar apontava uma maioria (55%) de aprovação do mesmo.

Vimos pela presente, inicialmente, repudiar a forma leviana e sorrateira com que foram divulgados estes fatos, principalmente, porque não traduzem a verdade. Com o intuito de restabelecer a correção do ocorrido, temos a informar que o portal da AEPET na Internet foi invadido por pessoas, com o objetivo de fraudar a pesquisa que estávamos conduzindo quanto à aceitação do novo plano de previdência privada complementar oferecido pela PETROS. Na análise parcial do resultado, supostamente com 49 (quarenta e nove) votantes, verificamos que uma mesma pessoa havia exarado sua opinião a favor do Plano Petrobrás Vida mais de uma dezena de vezes, o que alterou, por completo, o resultado da aferição.

Diante da fraude da repetição de votos pela mesma pessoa, verificamos os desvios que a pesquisa vinha tendo, com isso providenciamos a correção no processamento da aferição, evitando assim, a distorção da possibilidade de múltipla votação, sendo certo, que até o último dia 11 de junho, com 256 (duzentos e cinqüenta e seis) votantes, obtivemos a seguinte parcial: 86% daqueles que se manifestaram, foram contrários ao novo plano; 32% se julgaram sm informações suficientes e, apenas 2% foram favoráveis ao novo plano.

Importante ressaltar a posição desta Associação, balizada em sua Assembléia Geral Extraordinária, convocada exclusivamente para ratar do assunto. É fato que a AEPET encontra-se engajada no Comitê em defesa dos Participantes da PETROS, onde ao lado das demais Entidades representativas dos quadros de pessoal do SISTEMA PETROBRÁS, repudia vigorosamente o desmonte que se está pretendendo fazer no atual Plano de Benefício definido da PETROS.

Diante da disparidade apurada quanto à posição da AEPET e seus associados e os fatos noticiados pela PETROS, dispomos o lamentável transtorno causado com a leviana matéria divulgada por esta entidade de previdência complementar, que propagou, sem nenhuma autorização, como verdadeira, o parcial resultado de uma pesquisa, que até aquele momento encontrava-se fraudada; estranhamos a coincidência: Quem se beneficiava com o resultado fraudado, se apressou em divulga-lo.

Solicitamos, inicialmente de maneira consensual, que a direção da PETROS reproduza com o mesmo destaque, no seu portal na Internet e demais publicações sob sua responsabilidade, estes esclarecimentos, não somente para resgatar a verdade dos fatos, como, também, informar corretamente seus participantes.

Cordialmente,

Fernando Siqueira
Presidente

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A RESPOSTA DA PETROS

Rio de Janeiro, 16 de julho de 2001

Ao Dr. Fernando Leite Siqueira
Presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras-Aepet

Prezado Senhor,
Em resposta a seu ofício Aepet-073/01, de 21.6.2001, temos a esclarecer:

1. Rebatemos com veemência, por configurar-se como descabida, a afirmação de que o uso de informação disponível na página da Aepet na Internet – de livre acesso público, portanto – pelo “Informe Vida” possa ser, de alguma forma, “leviana e sorrateira”. Informações disponibilizadas em locais de acesso público, desde que reproduzida a fonte, são livremente franqueadas em todas as sociedades democráticas. O “Informe Vida”, editado pela Assessoria de Comunicação da Petros, reproduziu com absoluta fidelidade números de uma pesquisa informal que o site da Aepet exibia naquele momento.
2. Quando os números e gráficos foram copiados da página da Aepet na lnternet, estava em pleno funcionamento o recurso que impedia a repetição de voto e não havia o mais leve sinal de “invasão” por hackers.
3. A informação sobre a “pesquisa” nos foi trazida por um participante lotado na Petros. Quando um segundo participante da Petros tentou votar, foi bloqueado pelo mecanismo que impedia a repetição de votos, recebendo a resposta automática de que um voto já havia sido computado através do endereço IP da Petros (200.224.128. 100).
4. Convém informar que a Petros é dotada de um servidor Proxy, que atribui apenas um endereço IP para todas as máquinas da Petros que têm acesso à lnternet. Portanto, isto quer dizer que apenas uma máquina pôde votar em toda a rede Petros.
5. Por estas razões, surpreende a alegação de que o site da Aepet teria sido “invadido” por hackers, que teriam alterado o resultado da “pesquisa”. E surpreende mais ainda quando a carta da Aepet e notas veiculadas pela entidade lançam um insultuoso véu de suspeição sobre a origem da “invasão”. Examinando tecnicamente a questão, a possibilidade de que tivesse havido uma “invasão” é muito distante.
6. Na “pesquisa” do site da Aepet havia um mecanismo de proteção contra repetições de voto que funcionava muito bem. Em segundo, a lógica indica que, se hackers tivessem invadido o site – presumindo antes que fossem hackers favoráveis à migração de plano (como parecem insinuar, subrepticiamente, tais elucubrações) – não teriam registrado uma diferença apenas mediana em favor da migração. Hackers de verdade, quando invadem, buscam sites importantes e promovem resultados devastadores – como ocorreu, por exemplo, nas invasões dos sites da Microsoft, da Casa Branca, da CIA e de outros importantes alvos de hackers.
7. O registro impresso e eletrônico do mecanismo instalado na “pesquisa” em nosso poder, atesta a total impossibilidade de votar pela segunda vez a partir do mesmo endereço IP.
8. A versão da “invasão” só teria credibilidade se tivesse sido comprovada na época por perícia externa independente.
9. A alegação de que uma pessoa teria votado “mais de uma dezena de vezes” carece de fundamento técnico, a não ser que essa alegada pessoa tivesse votado de computadores diferentes, com endereços lPs diversos. Se isso tivesse acontecido, seria praticamente impossível comprovar que aqueles votos teriam sido emitidos por uma mesma pessoa.
10. Ainda assim, a crer na afirmação (não provada) de que uma pessoa teria votado “mais de uma dezena de vezes”, não haveria como comprovar se esse suposto voto múltiplo teria sido a favor ou contra a migração. Considerando, por absurdo, que tivesse sido a favor da migração, ainda assim a alteração do resultado não teria sido tão portentosa – registrar-se-ia um empate técnico nas preferências.
11. Ademais, tal modalidade de pesquisa não tem qualquer validade científica, limitando seu interesse a aspectos curiosos. Na “pesquisa” em tela, a curiosidade era de que a Aepet tinha o óbvio intuito político de demonstrar a insatisfação dos participantes com o novo plano e o que se viu, até prova em contrário, foi produzir-se um resultado inteiramente adverso àquela pretensão, o que tem significado científico nulo – em termos de aferição de opiniões – mas é profundamente curioso pelo inusitado.
12. A segunda “pesquisa” a que Vossa Senhoria se refere carece de qualquer credibilidade, uma vez que não foi aberta, não teve qualquer supervisão ou auditoria externa independente e não teve acompanhamento público enquanto se realizava. Logo, não há como atribuir um mínimo de confiabilidade a seu “resultado”.
13. Com toda vênia, entendemos que a Aepet deveria dispensar maiores cuidados ao seu site, de forma a prevenir cenários constrangedores como este, evitando situações-limite desconfortáveis e livrando-se da obrigação de explicar o que parece inexplicável.
14. Concordamos em reproduzir em nossos meios de expressão a carta da diretoria da Aepet, devidamente acompanhada por essas explicações, desde que haja idêntica recíproca da Aepet em seus meios de comunicação com os associados e após o recebimento da concordância dessa entidade com estes termos.
No aguardo da manifestação de Vossa Senhoria, firmamo-nos.
Atenciosamente,

Carlos Flory
Presidente da Petros

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