APAPEPRESS 262
Transcrevemos adiante o informativo da Petros sobre o desempenho do PPSP-R – Plano Petros do Sistema Petrobras Repactuado, no exercício findo de 2021, com o indicativo de déficit técnico, ficando em estudo a necessidade de novo ajuste de contribuições durante o ano de 2022 e aguardando o resultado de decisão do CNPC – Conselho Nacional de Previdência Complementar sobre um ajuste para reequilibrar o Plano ou aguardar nova orientação, em razão do desempenho conjuntural.
Conselho Deliberativo aprova resultado financeiro de 2021, com balanço limpo e, pela primeira vez em 12 anos, sem nota de ênfase
- Conjuntura econômica afeta investimentos e gera expressivas metas de retorno, impactando resultado
- Em 2022, investimentos iniciam trajetória de recuperação, com rentabilidade acima do objetivo de retornoO Conselho Deliberativo aprovou, em 28/3, as demonstrações contábeis da Petros referentes a 2021. O ano foi desafiador, marcado por incertezas e volatilidade, alta inflacionária e elevação da taxa de juros, refletindo a crise ainda provocada pela pandemia de Covid-19. A conjuntura econômica adversa impactou os ativos brasileiros, atingindo os investimentos não só da Petros, mas dos principais investidores institucionais. Segundo estudo da consultoria financeira Aditus, mais de 90% das entidades de previdência complementar fechada não conseguiram atingir suas metas em 2021. Diante desse cenário, encerramos 2021 com retração de 1,33% na rentabilidade consolidada dos investimentos e patrimônio total de R$ 114,1 bilhões.
Por sua natureza previdenciária, a Petros aplica grande volume de recursos no segmento de renda fixa, classe que foi diretamente impactada pela volatilidade da economia. Isso porque a carteira de renda fixa consolidada da Fundação é composta majoritariamente por títulos públicos marcados a mercado, ou seja, sujeitos a oscilações constantes de preços. Esses papéis são impactados, entre outras variáveis, pela inflação e pela Selic, que estão entre os principais balizadores da economia e dispararam em 2021 – o IPCA encerrou o ano a 10,06%, enquanto a taxa básica de juros alcançou o patamar de 9,25% ao ano. Apesar de registrar 0,22%, nossa carteira de renda fixa ainda apresentou melhor performance na comparação com os principais benchmarks do mercado – o IMA-B 5+, referência para os títulos públicos de longo prazo, desvalorizou 6,55%.
O desempenho do ano também é reflexo da forte queda da Bolsa, que atingiu outro importante segmento, a renda variável. Formado principalmente por ações de empresas e fundos de investimentos em ações, o segmento recuou 6,86%, pressionado pelo Ibovespa, que despencou 11,93% e afetou o desempenho dos produtos com estratégia aderente ao índice.
Mas o resultado de um fundo de pensão deve ser observado no horizonte de longo prazo e não de forma isolada, principalmente considerando causas exclusivamente conjunturais. Ao analisarmos os últimos 36 meses, nossos investimentos se destacam, com valorização de 28,12%, acima dos principais benchmarks no mesmo período – CDI rendeu 13,66%; o Ibovespa, 19,27%; o IHFA, 19,63% e IFIX, 19,27%.
Em 2022, os investimentos já iniciam trajetória de recuperação. No acumulado até 25/3, a prévia da rentabilidade consolidada da Petros registrava retorno positivo de 4,16%, superando a média do objetivo de retorno dos planos administrados, que ficou em 3,35%.
”Hoje, a Petros conta com uma carteira de investimentos sólida e diversificada, com governança forte, imprescindível para enfrentar momentos de turbulência na economia e se recuperar de crises, como ocorreu em 2020. Diferentemente do passado, os resultados foram causados por questões estritamente conjunturais. O cenário ainda é desafiador, mas estejam certos de que a Fundação conta hoje com uma carteira com ativos de qualidade e que estamos trabalhando nas melhores estratégias para reverter esse resultado e proteger o patrimônio dos participantes. No longo prazo, temos segurança de que o portfólio da Petros terá uma rentabilidade acima das metas atuariais”, destacou o presidente Bruno Dias.
Ao mesmo tempo em que a conjuntura econômica adversa impactou os ativos, a inflação do ano, muito acima da esperada inicialmente, gerou expressivas metas de retorno a serem buscadas (taxa real de juros esperada acrescida da variação do IPCA). No caso da Petros, esse percentual alcançou, em média, 15%, elevando também o passivo dos planos (montante necessário para cobrir os compromissos). Essa combinação de desvalorização dos ativos investidos e aumento das obrigações futuras levou a resultados negativos em 2021.
PPSP-NR: com títulos marcados a mercado, resultados são impactados
A conjuntura econômica afetou diretamente o PPSP-NR, que apresentou retração de 3,51%. O maior impacto veio da renda fixa, que responde por cerca de 70% dos ativos do plano e teve retração de 3,26%. Isso porque, historicamente, a carteira é composta por títulos públicos marcados a mercado, que sofrem as oscilações constantes de preços e, por isso, são mais impactados pelo cenário econômico. Esses papéis registraram variação negativa de 7,97%, por questões estritamente conjunturais. Vale lembrar que esses mesmos títulos públicos marcados a mercado foram fundamentais para o desempenho expressivo dos investimentos no biênio 2019/2020, contribuindo para o resultado positivo do plano.
A renda variável, onde são aplicados cerca de 20% dos recursos do plano, também sofreu com a volatilidade do mercado, recuando 2,42%, principalmente em razão dos ativos indexados ao Ibovespa. Do lado positivo, a carteira composta por ações de empresas em que temos participação, registrou valorização de 6,06%, atenuando a queda do segmento.
Clique aqui para acessar a rentabilidade completa no Informe de Investimentos.
Se compararmos a rentabilidade com o objetivo de retorno (taxa de juros + IPCA e custeio do plano), de 15,15%, o resultado das aplicações financeiras ficou cerca de 19 pontos percentuais abaixo do esperado. Isso levou o plano a fechar o ano com deficit de R$ 775,7 milhões. Esse valor é inferior ao limite de deficit técnico permitido por lei, não havendo necessidade de equacionamento. Em 2021, foi contabilizado valor de R$ 743,7 milhões referente a um processo da extinta patrocinadora Interbras, que já foi transitado em julgado, sendo reconhecido para compor o patrimônio do plano, o que contribuiu para a redução do deficit.
Em 2022, o plano registra recuperação, com rentabilidade de 4,01%, acima do objetivo de retorno de 3,44% no acumulado até 25/3.
Anote na agenda: live de resultados será realizada no dia 7/4. Em breve, divulgaremos mais informações sobre a transmissão ao vivo.
Foco na segurança em 2022
Diante da conjuntura econômica ainda desafiadora, iniciamos uma estratégia de imunização da carteira do plano, que é mais maduro e conta com cerca de 90% dos participantes em fase de recebimento de benefícios. Na prática, a Petros iniciou um movimento de aquisição de títulos públicos federais marcados na curva. Com essa estratégia de imunização, os fluxos de recebimentos desses papéis, isto é, o valor na data de vencimento e os fluxos dos pagamentos, ficam compatíveis com o fluxo de pagamento dos benefícios. Nesse contexto, importante esclarecer que, pela primeira vez em dois anos, as NTN-Bs (títulos públicos federais) estão pagando o equivalente à meta atuarial, o que viabiliza a implantação da estratégia de imunização, cenário que não se apresentou como o mais favorável anteriormente.
Também seguiremos conduzindo uma gestão focada na diversificação do portfólio para alcançar os retornos esperados, a exemplo do trabalho de desconcentração das carteiras que vem sendo realizado, mirando as boas oportunidades do mercado.
Balanço limpo de ressalvas e ênfases
Pela primeira vez em 12 anos, o balanço financeiro está totalmente limpo, sem ressalva ou qualquer nota de ênfase, tendo sido referendado pela auditoria independente KPMG, uma das maiores do mundo, o que assegura confiabilidade às informações. A KPMG atestou que os números apresentados nas demonstrações contábeis refletem, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Petros e dos nossos planos, estando em total conformidade com as práticas contábeis, normas de auditoria e exigências éticas.
Além disso, pelo segundo ano consecutivo, o Conselho Fiscal recomendou a aprovação das demonstrações financeiras, confirmando o novo momento vivido pela Fundação e a continuidade dos esforços para o fortalecimento da governança da empresa. Órgão responsável por revisar o balanço, o Comitê de Auditoria (Coaud) também emitiu parecer favorável à aprovação. Essas conquistas, que elevam a transparência na prestação de contas, um dos principais compromissos da gestão, são alcançadas a partir de um trabalho integrado das áreas técnicas e todas as instâncias de governança. Clique aqui para conferir o vídeo que preparamos sobre o processo de governança para aprovação das contas.
Relatório anual
Em breve, você poderá acessar informações detalhadas sobre o resultado do seu plano no Relatório Anual 2021, principal documento de prestação de contas aos participantes que será publicado até o fim de abril no Portal Petros. A publicação traz a íntegra das demonstrações financeiras de 2021 da Petros e de todos os planos, bem como as avaliações atuariais e demonstrativos de investimentos, além de um resumo dos resultados do ano e das medidas de gestão. Fique atento e confira.
|